Apesar da pandemia, financiamento de imóvel cresce 8,2%
04/08/2020 - Financiamento
Por Fábio Bittencourt
Números divulgados pelo mercado essa semana dão conta que, mesmo com toda a crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o sonho da casa própria permanece vivo entre os brasileiros. E o momento é favorável para o investimento em imóvel – por uma conjunção de fatores –, dizem os especialistas.
Dados da Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) apontam que os financiamentos com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) cresceram 6,5% em maio em relação a abril, atingindo R$ 7,13 bilhões, 8,2% em comparação ao mesmo mês de 2019.
O volume financiado em maio, segundo mês completo sob isolamento social, foi praticamente igual ao de janeiro, ou seja, período anterior à quarentena. Nos cinco primeiros meses de 2020, os empréstimos destinados à aquisição e à construção de imóveis avançaram 23,2%, comparado a 2019, atingindo R$ 34 bilhões.
Para a presidente da Abecip, a economista Cristiane Portella, o resultado “surpreendente” é atribuído a três fatores: taxas de juros “atrativas”, boas ofertas, e o passo adiante daqueles que já vinham nessa busca. Segundo ela, a recuperação do mercado em 2019 foi de 30% em relação a 2018, e a melhor estimativa para este ano apontava alta de 32%.
Ainda segundo Cristiane, os 23% de crescimento é 10% menor que o estimado, mas “melhor do que o esperado com a pandemia”, diz.
“Os níveis das taxas de juros para financiamento imobiliário estão em média na casa de 7,2%, segundo o Banco Central, e os preços dos imóveis não se atualizaram –, tomando por base 2015 [2014 foi o ano ápice do mercado, contextualizou]. Por último, quem já estava decidido a comprar, e não foi atingido pela pandemia, deu o passo seguinte. Desde que com a segurança do fluxo financeiro, o primeiro imóvel não faz grande diferença entre trocar o aluguel por uma prestação de financiamento”, afirma.
O mês era fevereiro e a bióloga Rosângela Gonçalves, 37 anos, depois de ver o anúncio de um apartamento novo, no Cabula, achou que era hora de fazer uma visita ao local. Três quartos, 66 metros quadrados; infraestrutura de lazer, com piscina, academia; de R$ 360 mil por R$ 319 mil; condomínio R$ 305; perto da casa dos pais; um bom suporte da corretora. Resultado: gostou.
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